A pandemia da Covid-19 impactou profundamente nas perspectivas futuras de nossa sociedade. Aqui apresento alguns desafios a serem enfrentados pelos setores educacionais público, privado e corporativo, no futuro próximo. O objetivo é trazer luz sobre as possibilidades, oportunidades e ameaças que já se apresentam para educadores dos mais diversos segmentos sociais. Ao mesmo tempo, também mostro a importância de desenvolvemos competências para lidar com esse "novo normal", independente das tecnologias que venhamos a utilizar para lidar com ele.

por Giovanni Farias, EdD, 15/04/20


As maiores cidades serão menos ocupadas

A perspectiva de novas pandemias no futuro e uma vida mais segura, estimulará uma emigração de cidades grandes para cidades menores  próximas, ou para locais mais afastados das regiões centrais das metrópoles, onde os melhores empregadores sediam suas operações. Morar perto do trabalho será menos importante, pelo menos para a parte da população com maior nível de educação e que tenha informação como principal insumo de sua atividade econômica. Talvez, no médio e longo prazos, a realidade do trânsito também seja impactada. Menos gente circulando de carros, menos congestionamento e poluição. Tudo isso viabilizado pela percepção de que é possível ser tão ou mais produtivo trabalhando de casa. Ao mesmo tempo, as empresas podem reduzir seus custos com estrutura física, proporcionando melhor qualidade de vida para seus colaboradores. Algo que já era uma tendência, mas de lentíssima adesão: o deslocamento do paradigma, e de parte da cesta de custos das empresas de educação, do presencial para o virtual.

Novo conceito do que é casa

A perspectiva de ver os filhos crescerem, não ter que enfrentar trânsito todos os dias, se expor a menos riscos do cotidiano de uma grande cidade, vai compensar a incorporação do trabalho à rotina do lar. Por isso os novos projetos arquitetônicos mais sofisticados já vão resgatar o conceito de SOHO (Small Office Home Office), com um compartimento da casa voltado para o trabalho. Será um ambiente com iluminação, lay-out e acústica pensadas para este tipo de uso. Todas as tecnologias de Internet que corroborarem com este conceito sofrerão expansão de uso: fibra ótica, conexão banda larga (e até redundante), VPN, VOIP, compartilhamento de arquivos em nuvem, educação a distância, entre outras. O mesmo poderá ser ampliado no já incipiente modelo de home office em condomínios, que provavelmente se tornarão algo semelhante aos escritórios de trabalho colaborativo de start-ups, os quais atualmente já existem em diversas cidades brasileiras. Assim, mais do que nunca, precisaremos de trabalhar com informação depositada na nuvem, interagindo a distância. Por isso passaremos a dar um valor muito maior à segurança da informação, à proteção da privacidade e à estabilidade na comunicação digital.

Resignificação da logística

A experiência forçada de trabalho de casa mostrou que é possível interagir, trabalhar e estudar produtivamente a distância. Por outro lado, vem a perspectiva de uma resignificação das companhias aéreas no mercado (palavras da presidente da Latam Airlines). Isso implicará em encolhimento das empresas aéreas e a perda de parte da economia de escala, resultando em um aumento significativo do patamar de preços de passagens aéreas. Será que voltaremos para o nível dos anos 80? Não obstante isso ainda ser uma incógnita, já temos uma certeza, as empresas descobriram que os negócios, pelo menos em parte, fluem sem tantas viagens. Também já é certeza que países estarão menos abertos para receberem estrangeiros. O turismo se recuperará, se for o caso, apenas no longo prazo. Na realidade, o conceito de logística, de forma genérica, muda. Se a importância de transporte aéreo de passageiros diminuirá, também teremos a mobilidade urbana afetada. Menos demanda de deslocamentos locais, menos Uber, menos idas às compras ou ao restaurante. Mais logística de produtos, desde transporte de grande quantidade de bugigangas de todo tipo, vendidas via comércio eletrônico, até entrega de comida no restaurante do bairro. Isso com ou sem a ajuda de aplicativos tipo iFood ou Uber Eats.

Medicina, psicologia, educação a distância

A virtualização das relações de serviços de forte base intelectual, como medicina, psicologia e educação sempre enfrentaram barreiras culturais e legais, rompidas repentinamente pela pandemia da Covid-19. Agora, esses profissionais precisam se adequar a um novo "normal". Novos costumes, antes considerados excêntricos, passarão a fazer parte de nosso cotidiano. Médicos especialistas já dão suporte a médicos generalistas, bem como atendem seus pacientes e até emitem receitas médicas com assinatura digital. Mas seu trabalho ainda será impactado pela mobilidade da comunicação e, consequentemente, a possibilidade de monitoramento biométrico em tempo real de seus pacientes. Psicólogos, já há muito regulamentados em atendimento remoto, passarão a experimentar interação tridimensional para ter percepções mais avançadas junto a seus pacientes. Educadores terão que ceder a centralidade do processo de ensino-aprendizagem para o educando, passando a implementar metodologias ativas de aprendizagem, presencial e/ou virtualmente. Finalmente abandonaremos, em maior escala, o paradigma educacional cristalizado no século XIX e mantido em todo o século XX.

O fosso educacional se amplia

A mobília das duas salas de aula acima simbolizam o fosso educacional já existente no Brasil. A da esquerda privilegia a exposição de conhecimento do professor, com os estudantes num papel eminentemente passivo no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, uma velada segregação entre o presencial e o virtual, mantendo os discentes longe da realidade dos problemas e soluções presentes no dia-a-dia do mercado de trabalho. A da direita tem mobília projetada para facilitar o arranjo dinâmico de grupos de trabalho, que periodicamente muda, para que diferentes grupos exerçam aprendizagem cognitiva, mas também sócio-emocional (liderança, relatoria, resolução de conflitos, comunicação, etc.). A tecnologia, que não é mostrada, está no Wifi disponível para os estudantes, e dispositivos portáteis, como smartphones, tablets e notebooks. Também em kits de robótica, aprendizado de programação e laboratórios virtuais. A abordagem é conectada com a realidade social, com problemas que devem ser resolvidos pelo estudante, e não apenas demonstrados pelo professor. Tudo isso, é claro, tendo conexão com a Internet, que faz a sala se expandir para o universo de informação disponível na nuvem. Ela chega até a residência dos estudantes, que podem interagir entre si e com os educadores, fora do horário de aula, de modo síncrono ou assíncrono. As boas perspectivas de uns é o prenúncio da tragédia para outros, sejam indivíduos ou instituições de ensino.

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A escuridão

As deficiências de aprendizagem básica reveladas por avaliações institucionais e o alto percentual de analfabetismo funcional, mesmo entre portadores de diploma universitários, são alguns sinais da baixa qualidade da média da educação brasileira. Forma-se profissionais expostos às ameaças da automação do trabalho. Algo menos frequente entre egressos de instituições educacionalmente inovadoras. Esse contraste educacional, além de limitar horizontes dos estudantes, cria uma segregação entre instituições, mesmo dentro do setor privado. A pandemia da Covid-19 veio a realçar essa segregação, fragilizando instituições não inovadoras. Mas como diminuir esse fosso educacional? É como se estar numa sala escura, onde mal se vê a saída.

Uma luz

Tecnologias como webconferência e ambiente virtual de aprendizagem passaram a ser largamente utilizadas como solução para continuar a rotina educacional, mediante o isolamento social forçado pela pandemia da Covid-19. Foi uma luz para se ver uma possível saída para essa discrepância metodológica entre instituições aderentes e não aderentes à tecnologia na educação. Afinal, a pandemia forçou muitas instituições a pelo menos usarem tecnologias já dominadas pelas outras, as inovadoras. Porém, usar tecnologia sem uma metodologia de aprendizagem adequadamente desenhada não leva a resultados efetivos de aprendizagem de qualidade. Consequentemente, conclui-se que não basta ter tecnologia disponível, tem que ter também recursos humanos habilitados sintática e semanticamente para o seu uso.

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A saída

Para habilitar instituições de ensino para a era pós-Covid-19, os recursos humanos (professores, pedagosos,  técnicos) precisam de capacitação tecnológica e metodológica. Os gestores precisam de capacitação em liderança contextualizada nesse novo "normal".  A instituição precisa de assessoria para tomada de decisão dos investimentos necessários à sua sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo. A oferta de soluções tecnológicas tem que ser acompanhada de soluções metodológicas. Pois não é possível dissociá-las para se obter resultados otimizados e aumentar as chances de sobrevivência da instituição na nova realidade pós-Covid-19.

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Recursos humanos são o fator mais importante para o sucesso

Por tudo que foi argumentado acima, acredito piamente que não basta ofertar soluções tecnológicas. Não basta entender de produtos, de tecnologia. Nós, fornecedores e integradores tecnológicos, temos que entender profundamente dos processos educacionais, que são o núcleo do negócio de nossos clientes do mercado de educação. Por isso busquei formar uma equipe não apenas de profissionais que entendessem de tecnologia, mas também de educação, design instrucional, negócio e liderança. Metade deles, doutores com ampla experiência prática de mercado, não apenas publicadores de artigos científicos. É a visão multidisciplinar que essa equipe oferece que permite que capacitemos e assessoremos os recursos humanos dos nossos clientes no uso das tecnologias e nas estratégias de negócio para aplicação das mesmas em seus processos de negócio. Pois tão ou mais importantes que disponibilizar tecnologias, é habilitar pessoas para tirarem o melhor proveito do seu uso. É isso que efetivamente trás resultados em termos de aprendizagem e viabiliza o sucesso do negócio. As tecnologias de excelência, mostradas abaixo, são importantes, mas sem as pessoas acima, são apenas produtos inanimados, não são soluções para lidar com o novo "normal" da era pós-Covid-19.

Giovanni Farias, EdD
Engenheiro eletricista e doutor em educação a distância.

"Jamais voltaremos a ser o que éramos antes, mas podemos nos tornar muito melhores que o que um dia já fomos."
Chao Lung Wen, Dr.
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Com base na nossa visão de mundo, trabalhamos com o que consideramos melhor em termos de instrumentos tecnológicos para o contexto educacional. Temos o Cisco Webex como ferramenta de webconferência, o que na realidade é apenas a ponta de um icebergue de soluções da gigante americana voltada para o mercado corporativo. Mas todas elas podem perfeitamente serem usadas para educação, com a vantagem de oferta de funcionalidades que privilegiam o controle, o monitoramento e a colaboração de modo muito mais sofisticados que os concorrentes. Temos o Moodle, de longe a mais usada plataforma de EAD no Brasil, uma das mais usadas do mundo. Tendo a capacidade de responder a praticamente qualquer estratégia pedagógica de educação híbrida ou a distância que se possa imaginar. E temos a AWS, a maior provadora de serviços de infraestrutura em nuvem do mundo, com a qual atendemos demandas que chegam a 6000 conexões simultâneas. Porém, há muito mais de cada uma delas, e não é recomendável alongar mais esse texto. Apenas para dar uma ideia, com esses fornecedores é possível se ter dispositivos físicos para interação otimizada de webconferência, Wifi em formato SaaS para escolas e faculdades, plataforma de EAD focada em contexto corporativo, e máquinas desktop virtuais para licenciamento de sistema operacional e softwares educativos utilizados em ambiente educacional. Para explorar tudo isso, você conta com os serviços abaixo. Explore mais o nosso site e constate que estamos pronto para oferecer o melhor para sua instituição na era pós-covid-19.

Suporte

O cliente tem todo o suporte técnico para gestão operacional das tecnologias envolvidas, de forma que possa contar com profissionais especializados na co-gestão da infraestrutura disponibilizada, ou mesmo usar os softwares como serviço (SaaS).

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Capacitação

Os professores, administradores técnicos e gestores do negócio contam com nossos cursos para se capacitar no uso das tecnologias envolvidas, nas metodologias de aprendizagem e em liderança de negócios baseados em tecnologia.

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Consultoria

Os nossos clientes contam conosco para ajudá-los nas tomadas de decisão, antecipando problemas e soluções. Também na execução de trabalhos muito especializados, que porventura não seja viável obter de seus quadros.

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