A pandemia da Covid-19 impactou profundamente nas perspectivas futuras de nossa sociedade. Aqui apresento alguns desafios a serem enfrentados pelos setores educacionais público, privado e corporativo, no futuro próximo. O objetivo é trazer luz sobre as possibilidades, oportunidades e ameaças que já se apresentam para educadores dos mais diversos segmentos sociais. Ao mesmo tempo, também mostro a importância de desenvolvemos competências para lidar com esse "novo normal", independente das tecnologias que venhamos a utilizar para lidar com ele.
As maiores cidades serão menos ocupadas
Novo conceito do que é casa
Resignificação da logística
Medicina, psicologia, educação a distância
O fosso educacional se amplia
A mobília das duas salas de aula acima simbolizam o fosso educacional já existente no Brasil. A da esquerda privilegia a exposição de conhecimento do professor, com os estudantes num papel eminentemente passivo no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, uma velada segregação entre o presencial e o virtual, mantendo os discentes longe da realidade dos problemas e soluções presentes no dia-a-dia do mercado de trabalho. A da direita tem mobília projetada para facilitar o arranjo dinâmico de grupos de trabalho, que periodicamente muda, para que diferentes grupos exerçam aprendizagem cognitiva, mas também sócio-emocional (liderança, relatoria, resolução de conflitos, comunicação, etc.). A tecnologia, que não é mostrada, está no Wifi disponível para os estudantes, e dispositivos portáteis, como smartphones, tablets e notebooks. Também em kits de robótica, aprendizado de programação e laboratórios virtuais. A abordagem é conectada com a realidade social, com problemas que devem ser resolvidos pelo estudante, e não apenas demonstrados pelo professor. Tudo isso, é claro, tendo conexão com a Internet, que faz a sala se expandir para o universo de informação disponível na nuvem. Ela chega até a residência dos estudantes, que podem interagir entre si e com os educadores, fora do horário de aula, de modo síncrono ou assíncrono. As boas perspectivas de uns é o prenúncio da tragédia para outros, sejam indivíduos ou instituições de ensino.
A escuridão
As deficiências de aprendizagem básica reveladas por avaliações institucionais e o alto percentual de analfabetismo funcional, mesmo entre portadores de diploma universitários, são alguns sinais da baixa qualidade da média da educação brasileira. Forma-se profissionais expostos às ameaças da automação do trabalho. Algo menos frequente entre egressos de instituições educacionalmente inovadoras. Esse contraste educacional, além de limitar horizontes dos estudantes, cria uma segregação entre instituições, mesmo dentro do setor privado. A pandemia da Covid-19 veio a realçar essa segregação, fragilizando instituições não inovadoras. Mas como diminuir esse fosso educacional? É como se estar numa sala escura, onde mal se vê a saída.
Uma luz
Tecnologias como webconferência e ambiente virtual de aprendizagem passaram a ser largamente utilizadas como solução para continuar a rotina educacional, mediante o isolamento social forçado pela pandemia da Covid-19. Foi uma luz para se ver uma possível saída para essa discrepância metodológica entre instituições aderentes e não aderentes à tecnologia na educação. Afinal, a pandemia forçou muitas instituições a pelo menos usarem tecnologias já dominadas pelas outras, as inovadoras. Porém, usar tecnologia sem uma metodologia de aprendizagem adequadamente desenhada não leva a resultados efetivos de aprendizagem de qualidade. Consequentemente, conclui-se que não basta ter tecnologia disponível, tem que ter também recursos humanos habilitados sintática e semanticamente para o seu uso.
A saída
Para habilitar instituições de ensino para a era pós-Covid-19, os recursos humanos (professores, pedagosos, técnicos) precisam de capacitação tecnológica e metodológica. Os gestores precisam de capacitação em liderança contextualizada nesse novo "normal". A instituição precisa de assessoria para tomada de decisão dos investimentos necessários à sua sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo. A oferta de soluções tecnológicas tem que ser acompanhada de soluções metodológicas. Pois não é possível dissociá-las para se obter resultados otimizados e aumentar as chances de sobrevivência da instituição na nova realidade pós-Covid-19.
Recursos humanos são o fator mais importante para o sucesso
Por tudo que foi argumentado acima, acredito piamente que não basta ofertar soluções tecnológicas. Não basta entender de produtos, de tecnologia. Nós, fornecedores e integradores tecnológicos, temos que entender profundamente dos processos educacionais, que são o núcleo do negócio de nossos clientes do mercado de educação. Por isso busquei formar uma equipe não apenas de profissionais que entendessem de tecnologia, mas também de educação, design instrucional, negócio e liderança. Metade deles, doutores com ampla experiência prática de mercado, não apenas publicadores de artigos científicos. É a visão multidisciplinar que essa equipe oferece que permite que capacitemos e assessoremos os recursos humanos dos nossos clientes no uso das tecnologias e nas estratégias de negócio para aplicação das mesmas em seus processos de negócio. Pois tão ou mais importantes que disponibilizar tecnologias, é habilitar pessoas para tirarem o melhor proveito do seu uso. É isso que efetivamente trás resultados em termos de aprendizagem e viabiliza o sucesso do negócio. As tecnologias de excelência, mostradas abaixo, são importantes, mas sem as pessoas acima, são apenas produtos inanimados, não são soluções para lidar com o novo "normal" da era pós-Covid-19.
Giovanni Farias, EdD
Engenheiro eletricista e doutor em educação a distância.
"Jamais voltaremos a ser o que éramos antes, mas podemos nos tornar muito melhores que o que um dia já fomos."
Receba um email bimestral com coletânea de novidades e nossas publicações com conhecimento sobre ideias, metodologias e tecnologia voltadas para Educação.
Tratamos seu email de acordo com a LGPD.
Vide nossa política de privacidade.